Lola retorna ao topo do automobilismo com entrada na Fórmula E

Lola retorna ao topo do automobilismo com entrada na Fórmula E

A icônica fabricante britânica Lola está de volta ao automobilismo e escolheu a Fórmula E como palco de sua retomada. Para o dono da marca, Till Bechtolsheimer, essa decisão foi um verdadeiro “no-brainer” – uma escolha óbvia para o futuro da empresa.

Bechtolsheimer, um empresário britânico radicado nos EUA e piloto de corridas, comprou a Lola após descobrir que os ativos da fabricante estavam disponíveis para aquisição. Seu objetivo era encontrar uma categoria de ponta que permitisse o retorno da marca ao automobilismo.

Com uma equipe experiente, incluindo Mark Preston, ex-diretor técnico de F1 e chefe da Techeetah, e em parceria com a gigante japonesa Yamaha, Lola assumiu a operação da equipe ABT na Fórmula E. O primeiro carro GEN3 Evo foi entregue à equipe em abril do último ano.

Sustentabilidade e inovação: o futuro da Lola

Para Bechtolsheimer, a Fórmula E representa a vanguarda da inovação sustentável no automobilismo.

“Nosso objetivo com a Lola é ser um líder no automobilismo sustentável. O automobilismo tem duas funções: entretenimento e desenvolvimento de tecnologia para a mobilidade global”, afirmou o empresário ao Motorsport Week.

Com foco em eletrificação, hidrogênio e combustíveis sustentáveis, a escolha pela Fórmula E faz todo sentido.

“A eletrificação é a mais importante no momento e a Fórmula E está no topo dessa tecnologia, então ela se encaixa perfeitamente em nossos planos”, acrescentou.

Além disso, o desenvolvimento do projeto da FE permitiu à Lola criar tecnologias que podem ser aplicadas em outras categorias do automobilismo.

Parceria com Yamaha e integração da equipe

Para acelerar sua adaptação à Fórmula E, a Lola optou por parceiros experientes, assumindo a operação da ABT ao invés de criar uma equipe do zero.

“Somos o primeiro novo fabricante na Fórmula E em cinco anos. Estamos correndo atrás dos demais, então queremos focar os recursos da Lola no desenvolvimento do carro”, explicou Bechtolsheimer.

A integração entre as três frentes – Lola (Reino Unido), ABT (Alemanha) e Yamaha (Japão) – tem sido um desafio, mas os primeiros resultados são positivos.

“Lembro de um momento em Jarama onde estávamos enfrentando um problema técnico. De repente, engenheiros da Lola, mecânicos da ABT e especialistas da Yamaha estavam juntos solucionando a questão. Foi quando percebi que estávamos nos tornando um time de verdade.”

A tradição da Lola pode atrair novos fãs para a Fórmula E

A entrada da Lola na Fórmula E se junta a grandes nomes como McLaren, Andretti e Penske, reforçando a credibilidade da categoria.

A marca também gerou grande engajamento no recente teste feminino da FE em Jarama, com sua publicação superando a de qualquer outra equipe.

“O nome Lola ainda ressoa forte no Japão e entre os fãs de automobilismo. Nosso objetivo é trazer mais entusiastas para a Fórmula E”, afirmou Bechtolsheimer.

Ele admite que, até assumir a Lola, não acompanhava a Fórmula E de perto, mas ficou impressionado com a competitividade e o avanço tecnológico da categoria.

“A Fórmula E está apenas atrás da Fórmula 1 em termos de desenvolvimento tecnológico, e espero que a força da marca Lola traga mais fãs para essa revolução.”

No próximo capítulo da entrevista exclusiva, Bechtolsheimer falará sobre a dupla de pilotos Lucas di Grassi e Zane Maloney e os próximos passos da Lola no automobilismo.

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