
Vasseur admite que início da Ferrari em 2025 “não é o ideal” e comenta preocupação com altura do carro
O chefe de equipe da Ferrari, Fred Vasseur, reconheceu que o início da temporada 2025 da Fórmula 1 está longe do ideal para a Scuderia. O desempenho discreto no GP do Japão, com Charles Leclerc em 4º e Lewis Hamilton em 7º, manteve a equipe fora do pódio nas três primeiras corridas do ano.
Apesar disso, Vasseur relembrou que Hamilton venceu a Sprint na China, o que ameniza um pouco o cenário. Ainda assim, nenhuma das duplas da equipe largou acima da 4ª posição nas corridas principais até agora, enquanto rivais como McLaren, Red Bull e Mercedes começaram o ano com mais força.
“Estou acostumado, porque nos dois últimos anos começamos da mesma forma,” brincou Vasseur.
“Claro que não é o ideal, eu preferiria vencer logo a primeira corrida. Mas não precisamos mudar nossa abordagem — estamos quase na mesma situação do ano passado, talvez um pouco piores em ritmo, mas a reação da equipe foi muito forte.”
“Trabalhamos como equipe, passo a passo, e precisamos continuar com exatamente essa mesma mentalidade.”
Desempenho e desclassificação afetam pontuação
Com a desclassificação na China ainda recente — por irregularidade na prancha de Hamilton — a Ferrari está em quarto lugar no Mundial de Construtores, 76 pontos atrás da líder McLaren. Leclerc acumula um P4 e um P8, enquanto Hamilton soma apenas um P7 e um P10.
A questão da altura do carro (ride height) tem sido destaque desde o início da era do efeito solo. Carros mais baixos geram mais pressão aerodinâmica, mas aumentam o risco de “bottoming” (toque do assoalho com o solo), o que pode levar à desclassificação.
Vasseur rebateu a ideia de que a Ferrari SF-25 teria um problema específico com isso:
“Todos querem rodar com o carro mais baixo possível, todos ganhariam mais downforce assim, mas há um limite — o limite é o regulamento e o risco de bater no solo.”
“Passamos o fim de semana inteiro tentando achar esse limite. Isso vale para todo mundo. A performance está diretamente ligada à altura do carro, isso é fato.”
“Fomos desclassificados em Austin em 2023, junto com a Mercedes, por buscar esse limite. Não é algo exclusivo do nosso carro atual.”
Pequenos detalhes fazem a diferença
Vasseur também destacou que o desempenho da Ferrari não está tão distante, e que pequenos erros fizeram a diferença em Suzuka:
“Se olharmos o Charles, ele perdeu 0.15s na última chicane e mais 0.1s na primeira curva da classificação. Isso não é desculpa — não estou dizendo que tínhamos o melhor carro — mas é o mesmo para o Piastri e para todos.”
“Foi difícil extrair o máximo do carro. Precisamos melhorar a dirigibilidade para conseguir tirar o melhor do pacote.”
Apesar do início difícil, Vasseur prefere manter os pés no chão e seguir com o plano de evolução contínua, como em 2024:
“No ano passado, demos um grande passo entre o início e o meio da temporada, e isso não foi por termos encontrado uma solução milagrosa.
É sobre juntar pequenas melhorias, encontrar equilíbrio, e permitir que o piloto extraia o máximo da máquina.”
A Ferrari aposta agora em uma possível recuperação já no GP do Bahrein, circuito bem conhecido pela equipe após os testes de pré-temporada.

